Somos Nós: Maria José e Rui Gomes
Confinar é pôr limite a alguma coisa.
Desde Março, os nossos hábitos que definiam o nosso “modus vivendi”, foram totalmente alterados.
A inibição de sair de casa, a impossibilidade de estar com familiares e amigos e o simples contacto social, tão caro à nossa forma de estar, provocaram em nós um medo que se tornou doentio, agravado ainda pelo martelar constante da comunicação e das redes sociais.
O possível contágio, a idade avançada, o histórico na saúde, tornaram os primeiros tempos do confinamento um tempo de grande ansiedade.
Maior ansiedade ainda pelo facto de nos primeiros meses, todos os dias constatarmos que eram mais os óbitos que os doentes recuperados.
Entretanto, com a alteração de alguns dados e a própria habituação, foi criando em nós uma nova forma de viver e de estar que nos devolveu alguma tranquilidade que nos permitiu ver um pouco mais para além de nós.
E o que vimos?
Todo um mundo parado. A industria, o comércio, os serviços.
Em consequência disso o desemprego de muitos que tinham emprego. E quem não tinha?
A pobreza, o abandono e a fome.
Começaram a surgir barracas de lata nas periferias e muitas pessoas que não tinham onde viver e tão pouco ou nada para comer…
Para ESTES sim, o confinamento foi, é e será ainda muito grave, pois a crise, essa está aí e é para ficar.
Olhemos mais para ESTES, ajudando.
Os nossos problemas, comparados com os deles, são minudências.