Somos Nós: Dora Mendes

Há uns dois anos atrás, passei uma noite muito divertida com alguns amigos, onde discutíamos o facto de a nossa geração ter tido o privilégio de sonhar que um dia concretizaríamos algo aparentemente impossível: cura para algumas doenças, viajar em naves espaciais, fazer megacomputadores, ter um carro voador, robots, viajar no tempo, etc., etc., etc., em oposição a uma geração actual em que tudo parecia ser, à partida, possível.

Muito por culpa de filmes, séries e livros que nos remetiam para universos espaciais, cenários de futuro onde tudo isso acontecia como parte do nosso dia-a-dia. Como não sonhar?!

Nunca na equação desse sonho, se terá ido tão longe, ao ponto de um vírus fazer parar um mundo inteiro, ao ponto de um gesto tão simples, natural e instintivo, como abraçar, ser proibido, ser sinónimo de medo, pondo-se em causa se alguma vez voltará a ser inócuo e espontâneo como até aqui.

A prova provada de que a realidade supera sempre a ficção…

Que estes novos tempos apurem a capacidade de sonhar, ainda mais desejada e necessária. Mas que tragam também o respeito pelo mundo em que habitamos, pela natureza de cada um de nós, pela individualidade em prol de um verdadeiro colectivo.

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